ESPERANÇA INDEFINIDA
Quando a noite me traz
Um dia escuro
Um mundo ferve
Na inquietude da minha alma
Onde o querer oculto,
Mudo.
Dói.
E a dor se transforma
Em grito interno.
Sinto sua fala
Sua falta
Sua presença.
Perco-me em teus caminhos
Buscando-me
Sem vontade de me encontrar.
Sigo em direção alguma
Sem poesia nenhuma
Pensamento estacionado
Cansado de tanto vagar.
Na lâmina deste dia
A tristeza berra
Mas não encontra
O eco da resposta.
O grito é mudo...
Quando o dia me traz
Uma noite de sol
Sinto a vida
Cantar em mim
Um canto de alvorada.
Quando o sol abre
Suas pálpebras de luz
Iluminando as prateleiras
Da minha mocidade
Enchendo de brilho
Todos os meus sonhos
Soltando a criança de ontem
Presa no adulto de agora
Que traz consigo
A esperança indefinida
A espera de algo não sabido
Só sentido,
Eu adormeço languidamente
Dentro do sonho
Porque estou em nós