Irmãzinha de Pessoa

Eu sei que é imcompreensível

Mas sinto isso bem quente, bem rente na minha corrente sanguínea

São palavras que se dão as mãos

Se unem como irmãs e vem de encontro a mim

São tão assustadas, tão crianças abandonadas

Querendo colo

Venham aqui, venham!

Se distanciam, todavia... algo nos separa

Talvez os anos, talvez elas já tenham crescido

Deixando testamento,

Mudado...

Entretanto, na minha frente, eu as vejo

Me olham numa súplica de socorro e carencia sem fim

Me chamam, estendem as mãozinhas delicadas

Imploram e eu não consigo atravessar essa barreira de tempo e espaço

Não chorem por favor! Estou aqui, eu entendo,

Meu abraço eu quero dar-lhes

Não chorem, palavrinhas da alma assolada pela tristeza e solidão

Venham para o meu texto

Venham ver as cores da vida

Conhecer o dia claro, o sol que brilha

Venham têm crianças minhas aqui também

Dêm as mãos

São todas livres para serem o que quiserem

São as células embrionárias, únicas

Eu as deixarei livres e serão o que quiserem

Mas, por hora não chorem

Durmam um pouco, o logo é outro dia e vocês serão felizes.

Dani Vipo® 25/10/2004

Daniela Vipo
Enviado por Daniela Vipo em 07/11/2010
Código do texto: T2601279
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