Irmãzinha de Pessoa
Eu sei que é imcompreensível
Mas sinto isso bem quente, bem rente na minha corrente sanguínea
São palavras que se dão as mãos
Se unem como irmãs e vem de encontro a mim
São tão assustadas, tão crianças abandonadas
Querendo colo
Venham aqui, venham!
Se distanciam, todavia... algo nos separa
Talvez os anos, talvez elas já tenham crescido
Deixando testamento,
Mudado...
Entretanto, na minha frente, eu as vejo
Me olham numa súplica de socorro e carencia sem fim
Me chamam, estendem as mãozinhas delicadas
Imploram e eu não consigo atravessar essa barreira de tempo e espaço
Não chorem por favor! Estou aqui, eu entendo,
Meu abraço eu quero dar-lhes
Não chorem, palavrinhas da alma assolada pela tristeza e solidão
Venham para o meu texto
Venham ver as cores da vida
Conhecer o dia claro, o sol que brilha
Venham têm crianças minhas aqui também
Dêm as mãos
São todas livres para serem o que quiserem
São as células embrionárias, únicas
Eu as deixarei livres e serão o que quiserem
Mas, por hora não chorem
Durmam um pouco, o logo é outro dia e vocês serão felizes.
Dani Vipo® 25/10/2004