A MORTE GERA VIDA... mesmo depois de colhida

Caiu no mar.

Rolou pra lá e pra cá.

Por cima e por baixo.

Rolava pro abismo.

Assim era

O vai e vem

Da Abóbora Selvagem

Que no mar estivera.

Colhida que foi,

Estava sendo levada

Pelo malfeitor

No barco chamado, “cilada”...

Com o balançar das ondas

Rolou para as águas.

Por elas foi abraçada

E lá pro fundo, foi tragada.

Não sabia onde estava;

Como dali sair;

Como voltar para casa,

Ou como subir.

No mar; o que morre, sobe.

E a Selvagem Abóbora, subiu...

Acima dela, gaivotas surgiu;

Estavam com fome.

Sua vida foi germinar,

Crescer e esperar o colher.

Mas pobrezinha, terminou no mar.

Morreu sem saber...

Seu algoz, não aceitou a perda.

Rodou pela vizinhança

Encontrando o lugar que ela jazia.

Estava como quando colhida.

Pegando-a com sua rede

Recolocou-a com as outras,

Que mesmo não tendo

No mar caído; estavam mortas...

Parece que o mal feitor,

Se esqueceu de um fato.

Depois do fruto colhido,

Não há retorno...

Ela, morta está

Para esta vida.

Mas outra pode existir,

Por ela partir.

A semente que caiu no mar

É a que vai germinar;

Nascerá pela mão do feitor.

Sem passado, sem lembrança, sem genitor.

Talvez tenha semelhanças

Pelo DNA dos antepassados;

Mas nunca saberás!

Foram brutalmente separados.

Assim,

Nasce uma nova geração.

Enfim,

Fantoches todos serão.

O apocalipse é chegado.

Filhos sem mãe, sem pai.

Humanos alucinados.

Perdido o mundo vai...

Agora sorri o feitor;

Feliz está o seu Senhor

A humanidade já não pensa,

A ignorância reina.

Sem conhecer seu passado

O que lhes disserem, é fato.

A história conhecer,

A liberdade, faz valer.

Agora os descendentes

Da Abóbora Selvagem,

Dela, nada sabem.

Somente dos remanescentes (sobreviventes).

Nascer, crescer, viver,

E não se deixar colher,

É a razão de não morrer

Sem ao menos, o passado conhecer...

(PEREZ SEREZEIRO) José Roberto Perez Monteiro – SCSul – SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 03/11/2010
Reeditado em 17/09/2021
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