VIRADA
Bela estrada
Que resulta
Em nada...
Bela vida
Que se perde
A cada dia...
Sorriso de criança
Que acaba
Na madrugada...
Noite quente,
Noite fria.
Sem dia,
Nada sente.
Tristeza amarga
Impera n’alma;
Alegria falsa...
Preside a festa
Quem não presta.
Sinal da besta!...
Dia frio,
Dia quente.
Na noite,
Perde-se o brio!
Sem comida.
Sem água.
Vive-se na calada...
Barriga ronca,
Coração chora.
O mal, aflora...
Sorri, a desesperada.
Canta, a louca.
O fim, é agora...
Corta a palavra
Mais que navalha.
Mata-se à toa,
Corpos tombam...
Triste madrugada
De alegre balada;
Canta moçada!
A morte espera
Saldo de guerra,
Saboreia a mazela...
Assim é chegada
A hora da virada.
A verdade será mentira,
A mentira será pregada!
Tudo acaba...
Tudo passa...
Tudo retorna...
O ontem volta,
O hoje espera,
O amanhã acaba.
Só o já e o agora
Existe nessa hora.
O tempo finda
Na sociedade perdida!...
Pesa-se na balança
Sonhos de criança.
Perdidas esperanças...
O sabor do fel, amarga
A boca macabra
E corta a faca...
Sentimentos bestiais
Não existem mais;
Acabou-se os “ais”...
Estrada velha,
Cansada vida,
Na meta certa
Ganha-se mais dias...
(PEREZ SEREZEIRO)
José Roberto Perez Monteiro – SCSul – SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br