qual a cor que tem os olhos dos velhos?
A vida nada mais é
que uma construção de momentos,
desenhados no silêncio vago
da sua lembrança.
Seu corpo é um rascunho imperfeito,
de seus sonhos esquecidos,
uma armadura falha,
de quem teme seu destino.
deitado sobre as suas recordações,
teme a velhice que o condena a morte,
Todos foram jovens
que sonharam que seriam eternos.
provaram de seus amores temporais,
sorrirão pelas verdades que se apagaram dos seus olhos,
sonharam e se esqueceram de suas alegrias.
Viram muitas manhãs de primavera
se convertendo em tempestuosos invernos,
choraram suas ilusões e dores abstratas.
Queimaram livros,
mandaram cartas,
não nunca entederam as transformações
de sua face e corpo.
nunca procuram-no encontrar-se no silêncio,
que os mostrava as verdades,
que nós não sabemos.
e quando a razão tentou-no nos fazer perfeito,
demos um jeito
de pensar tudo errado.
meus passos foram traços marcados,
que me revelam o que construi dentro de mim hoje,
me olhos já não capturam a cor e a vida do mundo,
que hoje já não me canta como nas manhãs de primavera.
A beira do abismo que me espera,
Ainda vejo anjos voando,
queria dizer a todos que eu amo,
a grandeza do meu sentimento.
mesmo minha vida emoldurada no silêncio,
ainda escrevo versos.
e construo personagens que me tornam vivo,
ainda ontem lendo mais um livro,
que te entorpece dos medos mundanos,
pensava em todos meus planos,
e qual a cor que meus olhos velhos
ainda exalavam.