EU CHEGO

J. Torquato B. Filho

Maceió - Al - 10/2010

Vai indo assim, os passos não são tão firmes.

Por eu ir, são os buracos que vêem sem pedir licença eles se lançam sob meus pés.

Ta eu tou pensando, e pensando estou voando, e voando eu saio da terra, mas meus pés ficam.

Engraçado o teste de jovialidade das revistas, quero ver jovialidade numa topada.

Não noto em meus pensamentos sobrevoantes que minhas pernas precedem os pés, e elas é que estão cansadas, querendo um “stop”, mas caminhar é preciso.

O Tênis desgastado de mais de cinco anos de caminhadas e paradas, envolvem meus pés fatigados e não ajudam mais como antes, não tem nada mais de confortável a não ser o molde do costume.

Mas eu preciso chegar.

O dever de chegar é tão intenso que mesmo eu indo para o outro lado, vou continuar a minha obrigação de chegar e mais, fazer.

Ok, eu no outro lado não serei mais matéria, o que eu me propus a fazer é material, mas a obrigação de chegar não.

Mas de uma coisa posso ter certeza, eu quero chegar lá, onde uma vez eu me vi fazendo história.

Quero chegar lá mesmo que as pernas se recusem e eu tenha o outro lado para continuar a caminhada.

Quero chegar a mesma pracinha, o mesmo banco, o mesmo lugar e no mesmo horário em que te declarei amor pela primeira vez.

Eu chegarei.