O mar
O mar, que bambeia e chacoalha,
O mar que sacode revolto,
O marasmo e o reverso do mar.
É o lar, a morada dos marinheiros,
Inóspito aos alheios e à esmo,
O recanto dos solitários.
E lá, minha alma perdeu-se no fundo,
Afoguei meu amor por inteiro,
No naufrágio da minha paixão.
Foi lá, que esqueci minhas impenitências,
E deixei de fora a consciência,
Pra esquecer que amei, paciência!
Foi o mar! Foi o mar!
Que me trouxe um amor de outras bandas.
Que arremessou no meu peito ferido,
A cura da finda paixão.
Foi o mar, foi o mar, foi o mar!
Responsável pela renovação desta vida,
Já cansada e entristecida,
Lida ida que me fez chorar.
E o mar me arrancou do fundo de si.
Jogando-me na praia aqui.
São as ondas que cuidam de mim.