Visões das Cores

Visões das Cores

Dar-te-ei os meus olhos para não enxergares

Dar-te-ei minhas mãos para não afagares

Dar-te-ei os meus vícios para enfim sepultá-los

Dar-te-ei os meus lírios para não cultivá-los

Dar-te-ei o meu sangue para a terra adubares

Dar-te-ei os meus sonhos para não realizá-los

Dar-te-ei os meus mares para não navegares

Dar-te-ei os meus peixes para não degustares

Dar-te-ei minha lenha para não abrasá-las

Dar-te-ei meus jardins para não passeares

Dar-te-ei os meus lagos para não afogares

Dar-te-ei os meus pães para não abarcá-los

Dar-te-ei o direito das cores visionárias

Dar-te-ei o direito das rosas apalpares

Dar-te-ei o direito das cores enxergares

Ah, como é difícil dar o que não tem a quem tem a visão das cores...

Larry Redon
Enviado por Larry Redon em 03/10/2010
Código do texto: T2535205