SERPENTE MORDIDA
Uma coisa que aqui sempre me consome,
É querer saber entender meu outro lado;
Para ele, eu não consigo achar um nome,
Mesmo que já esteja quase acostumado.
Já me sinto porém, a metade realizada,
Nesse outro corpo-cobra que me atraiu;
Lacei-me no amor dessa doce jornada,
Quando a esperança um dia me fugiu...
E nessa parte que eu sou e conheço,
Vive dentro dos meus pensamentos;
Dorme comigo entre o fim e começo,
Roubando-me todos os sentimentos.
Em próprias presas sou possuído,
Nunca me livrarei desta verdade;
Homem e mulher eu fui construído,
Livre para amar, quem tiver vontade.
Quando por um acaso eu me encontrei,
Com essa metade que jamais me separei,
Fiquei puramente encantado com meu destino;
Foi o presente por ser eu, este eterno menino...