Será amanhã?
As correntes continuam a marcar meus pulsos.
O aço forte, esmaltado de maldade e ódio se une aos grilhões já existentes.
Meu corpo fragilizado pela dor, ainda insiste em acreditar que você existe,
Que não faz parte apenas de meus sonhos...do meu imaginar.
Contei os dias enquanto as forças me eram permitidas,
Hoje, com o ar abafado pelas mordaças, apenas conto não sei o que.
Sonhos já não fazem parte de mim.
Meu dormir é pouco,
Meu levantar é rapido
Açoitado ao amanhecer pelas mãos pesadas do destino,
rasgando minha pele,
Cortando minha carne. Transformando-a em mapa riscado, traçado
E molhada com suor e sangue.
Meu corpo jogado ao relento,
Coberto apenas pelo sereno que se orvalha sobre mim.
Tento não me lembrar do dia anterior,
Esperando o dia seguinte chegar
E com ele o único desejo que me aflora: A LIBERDADE