BUSCA
Permanecer parado, confiante e esperar
Sentir a opressão do tempo, o assombro do tédio
Curar as feridas da solidão que se agrava com tua ausência
A incerteza de que virás vem me consumindo
E paradoxalmente canso de esperar
Não porque a solidão não me caia bem
Mas por ter escolhido ficar contigo
Estou me levantando.
Hoje mesmo apreciei um lindo nascer do sol
O que me faz partir?
A ingratidão a uma espera sem volta
Ou a insuportável situação de ser escravo de mim mesmo
E o que buscar fora de um mundo construído sob suas perspectivas, expectativas?
A mesma fé que me fez esperar, como em dores de parto, cicatrizou aquela solidão e sustenta agora minha busca
Nunca me vi perdido
Sei que amar é mais do que suportar o ímpeto de deixar-se consumir
Não o desintegrar-se em alguém anulando o meu “eu”
De tudo isto me restou este “eu” com o qual sigo não por caminhos já preparados
E sim por trilhas, desbravando o desconhecido em busca de novos horizontes
A fim de encontrar outra terra segura, semear meu ser, nutrir alguém.