ENQUANTO EXISTIR SOL
não sei se terei ainda,
a permissão para chamar-te "amor"
sendo que é tão somente minha a dor,
que por mais que eu queira, não finda.
A dor de um adeus seco, mal vinda,
numa noite fria, sem explendor!...
não tive opção ante a voz que implorava,
a piedade veio forte imperiosa,
no coração do menino que escutava,
a bondade aflorou vitoriosa.
Tentando encontrar a solução,
às palavras ditas à deriva!...
Pensando ser enfim, compreendido,
não querendo a mentira eternizar,
busquei a compreensão do meu amor,
e bem antes de haver explicado,
perguntei, com medo e com cuidado:
Você nunca irá me deixar?
Folguei com a resposta animadora,
e sem jeito fui falando devagar,
tudo que precisava, eu falei.
Feliz como ela escutava, encantadora,
uma lágrima tive que enxugar,
quando outra vez nos seus olhos eu olhei.
Chegou a hora de ir embora, eu não queria,
mas também não queria causar tumulto,
com minha presença dita inoportuna,
um beijo, um até breve inexpressivo,
um mal maior veio então a ganhar vulto,
telefonei e em sua voz, uma lacuna!...
Apreensivo, finalmente eu cheguei,
de uma viagem que me remoia aos poucos,
eterna, sem nexo, inutil e sem fim,
foi talvez aí que eu pequei,
por ter ido ao meu amor feito um louco,
podendo guardar tudo só pra mim.
Não foi assim que combinamos a vida,
ser correto e verdadeiro pra não mentir?
Isso seria talvez nosso mais caro lema,
pensando tão somente trocar idéias,
pra fazer alguém voltar a rir,
me vi frente ao maior dos meus problemas.
Enfim, não estou sendo compreendido
e pré julgado, outra vez, me vejo só,
em meu coração queimou como sódio,
um sentimento novo que estava escondido,
devastador, que transforma o amor em pó,
que por mim declarou ter sentido ódio!
Já não há mais lugar para o amor agora,
são só palavras mas que juntas ao vento,
apagam a chama de um amor ardente,
eu sei, as nossas marcas não irão embora,
existirão em todo os lugares pelo mundo afora,
enquanto existir sol, estarão presentes!...