À espera...
Já faz tempo que não apareces.
Sinto a tua falta, do teu frescor e do teu cheiro.
Ontem mesmo pensei ver-te pelo vão da janela,
Mas nem sei se eras tu que davas o ar da graça...
Teu companheiro, o vento, mostrou-se mais presente,
Mas era por ti que eu estava esperando,
E deixei a janela aberta
Querendo ouvir-te de novo a embalar meu sono...
Muitas vezes tu te tornas violenta,
Chegas mesmo a matar,
Mas sei que estás revoltada
Com o que os homens têm feito à Natureza...
Mas mesmo assim estou à espera
Que chegues mansa e serena,
A dar refrigério e purificar
A nossa vida calcinada!
E quando chegares, chuva,
Não fiques só um dia!
Faça tua obra a alimentar
A terra sedenta que te aguarda!