A última carta
Na última carta
que escrevi para a vida
traçei toda a minha vontade
de ter dentro de mim
a intocável esperança.
E aquela tímida lágrima
derramando com suavidade
em rosto cândido e doce
depois de um sorriso.
Escrevi que desejava
ter um forte abraço
um afago em minha carência.
E ao fundo daquela cena
de vida e esperança
uma deliciosa melodia
composta pela saudade
e pela emoção
tocava no espaço
de meus sentimentos.
E diante da imaginação
onde se procura alguém
para ser feliz
sem dor
descrevi o quanto ganhamos
com a intocável felicidade
assim feito a esperança
que é apenas uma pedra rara
difícil de achar
para lapidá-la
e fazer o mais lindo
e precioso anel
enfeitando a mão
dedicada a acariciar
a face em pranto
a procura de viver
amar e sorrir.
E terminei a carta
depois de desbravar
os mais penosos caminhos
onde se traça o heroísmo
e a liberdade do amor
prisioneiro da distância.