Fênix
Sobrevivente de incêndios próprios, rumando pelo espaço efémero, evocando a lua quase adormecida, que ainda pende no céu, dando guarida a estrelas trémulas que quase padecem cansadas, enfrentando a manhã que começa distraída.
Ainda se consegue respirar o cheiro das rosas húmidas de orvalho tardio.
O fogo empalidecia enquanto o sol nascia sombrio.
O limiar dos mundos e a vida dançante sibilando por toda parte.
As cinzas caem no chão, adubando alegria e despojando-nos dos remorsos e das dúvidas.
A fênix fulgurante voa, renascendo em cada poema, passarinhando, esgueirando-se por entre letras e rimas.