Destino
A este bordo
Atirei minhas sementes,
Pesquei minhas ilusões
Sempre aberto à magia das marés,
Onipresente ao coração!
Neste instante,
Vejo-me de olhar marejado,
Palavras incontidas, átomos,
Dissertando meus avessos,
Em milongas insanas!
Entrelaçado a solidão,
Adentro pelos mares do nunca
Deixando-me levar pelos ventos
Ora falantes, ora regadores
Do estreito sentimento!
Por esta folha sem pautas,
Onde minhas letras se fazem praia,
Entrego-me viajante,
Ouvidor do silêncio,
Malabares da ampulheta!
A bom bordo
Aponto meu leme ao norte
De encontro à colheita, quem sabe,
Do verso perdido ou da canção
Que aprendi a amar com a alma?
Auber Fioravante Júnior
18/08/2010
Porto Alegre - RS