É claro que eu quero a vida!

É claro que eu quero a vida.

Por que razão haveria de não querê-la?

É certo que minha boca está cerrada,

e dela não brota uma palavra sequer

de altivez palpável;

Mas o meu coração é audaz,

e minha alma é viva e tem fome,

sede,

ânsia,

temor e desejo de vida.

Vida...

Meu espírito é errante

e sonhador; Sonha além...

Que importam as querelas?

as trancas,

as tramelas?

No fim das contas, tudo é poeira...

A vida é um movimento contínuo

na gangorra dos sentimentos:

Hora o amor, hora o horror.

A vida, enfim, é a flor enigmática

colossal e tênue...

Não há quem possa atingir o cume

de seus encantamentos,

nem tocar a fundura de suas dores,

nem acalmar a selvageria de sua

natureza.

Seja agulhada e sofrida,

desalmada ou de incerteza,

eu quero da vida a vida,

eu quero a vida com certeza...

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 17/08/2010
Reeditado em 17/08/2010
Código do texto: T2443953