JUIZO FINAL

É madrugada.

E o inverno castiga à cidade

Tornando-a totalmente deserta.

Queimando as poucas flores

Que ainda restam,

Nos simples canteiros das praça

Quase sem graça.

E os pobres ,coitados,

Pelos cantos jogados

Morrendo de frio

Dormindo em sargetas

Com fome ,com sede

Mal-trapilhos.

Ah! vida careta!

Enquanto isso, os políticos,

E ricos, diante as lareiras

Comendo,bebendo,

Falando besteiras,

Em grandes panquetes

Noites inteiras.

Gastando fortunas exuberantes.

Sem olhar os seus semelhantes.

Que morrem de frio,

De sede, e de fome,

Com à doença que os consome.

Deitados em calçadas frias

Sem nada.

Cobertos apenas,

Por mera folha de jornal.

A mundo cruél!

Desigual!

Só resta agora,

O dia do juizo final !

Poema escrito em 1982

oliveira poeta
Enviado por oliveira poeta em 16/08/2010
Código do texto: T2441849
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