Sonhos... Sonhar
Percalços do tempo, às vezes nos furtam os sonhos.
Então, as mãos se esvaziam, versos se escassam.
São canções que passam, infreqüentes, enquanto
nus de sapiência, optamos por abdicar da estrada azul.
Uma lapela escoltando o mar, em busca do horizonte.
O caminhar fica tão enfadonho, e de tão tristonho
assemelha-se a um tipo de morte, dolorida, intensa
em que a alma se contenta, e se consente
ser lançada, para onde o vento a soprar.
Andar onde os passos, à priori, são mais seguros,
nem sempre é onde queremos estar .
Há riscos tão necessários que não há retorno e,
no entanto, há luzes tão abrangentes que carecemos
sofregamente tocar, para reaver sorrisos deixados,
perdidos, lacrados, estendidos pelo tempo .
Sonhos são luares, são cores novas para nosso olhar.
Um dia percebemos, nossos dias foram gastos a esmo.
E, em breves lampejos, vem a convicção
de que precisamos voltar.
Como o sol reincindente de cada manha,
carecemos retomar, rápido, nosso imêmore sonhar.
...
E, nesse sonhar nos elevamos, realçando estrelas,
permitindo ao nosso espírito, o direito sagrado
de tentar se reencontrar.
Deparar-se novamente com os planos traçados e estarrecidos, pelo anverso e transverso
de nosso “ledo” caminhar.
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