UM SER!
Da janela
do meu quarto te vejo
ao clarão do lâmpejo distante,
que rasga o céu.
Escurecido pelo forte temporal
que ameassa desabar.
E me estremesso de pavor,
e penso.
Como resgatar-lo
desta vida sofrida,
que o destino
lhe traçou.
És um ser,
que entre ser, ou não ser,
lhe é indiferente
aos olhos de muita gente.
Mas continua aí,
em minha frente
deitado
ao longo da calçada
já molhada.
Não,não aguento mais ver,
vou descer
e tentar lhe convencer
que o pior
talvez seja melhor.
Procure um abrigo
ou venha comigo.
Mas seja consciente,
não me queira mal.
Quem sabe amanhã,
os papeis
sejam invertidos,
e eu precise
de você.
Vem comigo,
porque...
A vida precisa de você,
e você,bem,
você precisa viver!
Escrito em02/02/1994