UM SER!

Da janela

do meu quarto te vejo

ao clarão do lâmpejo distante,

que rasga o céu.

Escurecido pelo forte temporal

que ameassa desabar.

E me estremesso de pavor,

e penso.

Como resgatar-lo

desta vida sofrida,

que o destino

lhe traçou.

És um ser,

que entre ser, ou não ser,

lhe é indiferente

aos olhos de muita gente.

Mas continua aí,

em minha frente

deitado

ao longo da calçada

já molhada.

Não,não aguento mais ver,

vou descer

e tentar lhe convencer

que o pior

talvez seja melhor.

Procure um abrigo

ou venha comigo.

Mas seja consciente,

não me queira mal.

Quem sabe amanhã,

os papeis

sejam invertidos,

e eu precise

de você.

Vem comigo,

porque...

A vida precisa de você,

e você,bem,

você precisa viver!

Escrito em02/02/1994

oliveira poeta
Enviado por oliveira poeta em 29/07/2010
Código do texto: T2406569
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