No outro lado do rio
No outro lado do rio
finco o meu remo na água.
Levo o teu remo com o meu,
remando contra toda mágoa.
Acredito que do outro lado,
ao atravessar a correnteza,
há de haver o que valha a pena.
Hei de ver alguma certeza.
O dia vai vencer o frio
que noite solitária deixou.
E lá, do outro lado do rio,
onde nada se perde no vazio,
encontrarei o que ficou.