Faz de conta
Novas palavras costuradas...
Bela colcha de nossos retalhos
Laços, entrelaços e bordados
É assim nosso destino pontilhado
Enquanto cirzo pequenos rabiscos
Apetece-me em sabor raro
Delicias degusto de ti, sem riscos
No deleite de tudo em puro faro
O menino espia do umbral embevecido
Espia provável medo que nem há de haver
Enquanto a menina a cantarolar, em novo tecido
Há de belo mosaico de cores entrever
Preocupar...só se for pela falta que faz
Quando escapa do meu baú precioso
Enquanto costuro palavras, a vida refaz
Tesouro supremo, pelo divino majestoso.
Os meus, são tantos sofríveis verbos
Me saem sem intensão de poesia
Transformam-se, mostram meu reverso
Nem sei se afino na orquestra do seu dia.
Fá, sol, Lá...sei lá como se faz...me dá um nó !!!
Vejo vazar por entre os dedos
Miragem, jogo talvez...queda-se ao pó
Entendo-te parte que expulsa velhos medos
Não sendo jogo de azar, que venham...
Ohhhhh, menino !!!
Povoar meus enredos, tirar do degredo
Em vias estelares, partilhar novos hinos
Não miro fantasmas, não faço segredos
Mesmo em longas estradas, estará lá o menino ?