BRUMAS.
Quando as brumas invadem minha morada
E o sol esconde sua claridade
Eu busco no horizonte perdido
A chave do existir.
Procuro portas abertas, janelas de sol
Estradas e pontes, portais de arrebol
Procuro os manjares que sei merecer
No fundo dos vales, à margem dos lagos.
Trilho as veredas, removo as pedras
Acaricio os tapetes suaves da terra
Colho dos ventos a brisa brejeira
Molho meus pés nas ondas do mar.
Sei da solidão, do desamor, da falta, da omisão
Recuso-me à entrega para a dor, à desilusão
Cuido do meu canteiro, das rosas, do coração
Sei que tenho de viver, fazer da vida, a ação.