NÃO QUERO AMARGURA, QUERO A ESPERANÇA
O que dizer de mim quando me sinto vencido
Quando me sinto entristecido
Desanimado pelos meus próprios erros
O que dizer de mim quando não encontro nada que me console
Que me faça sentir melhor
Inda assim tenho por hábito acreditar
Mas quem acredita e não luta não acredita
Devaneia
E é assim que se passam os anos
Impiedosos
E assim da flor que almejo colher
Não sei a textura
Não quero a amargura agora
Nem a tristeza
Que me deixam mais infame e vil
E lamentador
Quero a esperança
Mesmo a esperança do que arduamente guerreia
E não sabe quando conhecerá a vitória
Quero a esperança da mãe que de madrugada espera seu filho rebelde voltar.
A esperança do enfermo que espera vencer o mal que lhe consome.
A esperança do preso quando contempla mais um dia nascer.
A esperança do exilado, sentir os aromas de sua terra...
E ter a alegria do filho que
Ao ver seu pai ao longe, à tarde quando da volta da lida,
Corre a abraçá-lo.
Ter a alegria do amante quando sua amada, linda, vem encontrá-lo.
A alegria da que pariu, meses e dores, mas agora um filho tão... encantador.
Agora meus tempos são de lutas
Meus risos são mentiras do que sou
Incertezas
E mais erro quando mais me esforço por acertar
E mais perco quando mais me esforço para ganhar
E mais desagrado quando mais gentil me torno
Agora tudo em mim está triste
Desanimado
Mas ainda gora
Tenho plena certeza
Plena
De que amanhã vencerei