NÃO QUERO AMARGURA, QUERO A ESPERANÇA

O que dizer de mim quando me sinto vencido

Quando me sinto entristecido

Desanimado pelos meus próprios erros

O que dizer de mim quando não encontro nada que me console

Que me faça sentir melhor

Inda assim tenho por hábito acreditar

Mas quem acredita e não luta não acredita

Devaneia

E é assim que se passam os anos

Impiedosos

E assim da flor que almejo colher

Não sei a textura

Não quero a amargura agora

Nem a tristeza

Que me deixam mais infame e vil

E lamentador

Quero a esperança

Mesmo a esperança do que arduamente guerreia

E não sabe quando conhecerá a vitória

Quero a esperança da mãe que de madrugada espera seu filho rebelde voltar.

A esperança do enfermo que espera vencer o mal que lhe consome.

A esperança do preso quando contempla mais um dia nascer.

A esperança do exilado, sentir os aromas de sua terra...

E ter a alegria do filho que

Ao ver seu pai ao longe, à tarde quando da volta da lida,

Corre a abraçá-lo.

Ter a alegria do amante quando sua amada, linda, vem encontrá-lo.

A alegria da que pariu, meses e dores, mas agora um filho tão... encantador.

Agora meus tempos são de lutas

Meus risos são mentiras do que sou

Incertezas

E mais erro quando mais me esforço por acertar

E mais perco quando mais me esforço para ganhar

E mais desagrado quando mais gentil me torno

Agora tudo em mim está triste

Desanimado

Mas ainda gora

Tenho plena certeza

Plena

De que amanhã vencerei

Laércio Cordeiro
Enviado por Laércio Cordeiro em 11/07/2010
Código do texto: T2371917