RENASCER
Chuva que cai de mansinho
Bem devagar e molha com
bondade o meu íntimo-cerne
Que há tempos deixou de
secar os meus devaneios
Vem cultivada, cada pedaço molhar
Cada sede deste chão, ver o amor brotar
A ânsia de luz e da terra sedenta
A primeira semente que cai nas brotas
Para adentrar nos mistérios da Criação
O mundo tem pressa
Fazer nascer e florescer todas as liberdades
Deixa incidir e acontecer os encontros tenazes
o êxtase da alvorada e o acalanto da noite
Renasce, encanta e movimenta os elos
Limpa a alma de temores e desamores
Sente e multiplica os encontros da vida
Escreve as verdades ainda não ditas
Compactua o “hoje” como único momento
E espera o momento do pão, da carne e do coração