Colho flores
No canteiro,
Tapo da janela as frestas
E com o fogo que me resta
Reacendo o candeeiro...
                                                                 
Já acumulei dengo, aconchego
Carinhos de um amor alpino.
Beijos, queijos, vinho, chamego
E da seda, o brilho mais fino.

Na cama,
Ao pé da lareira
Fiz nosso cantinho divino.

Adeus trevas, solidão.
Adeus frio que se avizinha,
Dane-se a imensidão
Dos ventos de amaralina...
Somos nós dois nesta estação
Menino... Menina.

Quero agarrar o teu corpo
Em um silêncio abafado,
Extirpando com ardência
Os beijos da emoção
...Como se fossemos eternos.

Enquanto durar
Esse vil e cruel inverno.
A congelar
Meu coração
Nas chamas de um amor fraterno.