Aquela vida está sofrida...
Paira sobre ruas desertas
Sem ter para onde ir,
Para onde chegar.

Vive com a alma vazia...
Com espírito frenesi,
Com a mente dispersa
E com olhar distante.

Se tem abrigo, não quer!
Acostumou-se com o perigo.
Se tem amor, não dá valor!
Acostumou-se sem calor.
Calor humano...
Contatos,
Conversas,
Isso tudo não mais o interessa.

A solidão interior, íntima, se hospedou.
Acha que é uma saída, um refúgio...
Engano tolo...
É
tudo muito escuso, confuso.

A inverdade já faz parte da sua rotina.
A retina dos seus olhos...
Já não enxergam mais a luz
Só restou-lhe o breu.

O coração que antes era esperança,
Agora está em cinzas.
O humor que antes era suave,
Está azedume.
O olhar que antes era de amor,
Está altivo.
O coração tem tanta poluição
Que se confunde com os sentimentos bons.

Mas ainda tem uma chance.
É só esperar o próximo alvorecer...
O dia se vai...
Chega o crepúsculo... que lindo!
E com ele sua vontade de crescer...
Almejando existir novamente.

Florescer e sorrir aos descrentes
Descrentes esses que pensaram piamente
Que jamais renasceria das cinzas...
Que ficaria eternamente nesse lamaçal.

Mas você quis.
Foi onde tudo recomeçou...
A semente estava ali quase morrendo.
Você despertou e a regou
Ela então brotou...
Cresceu e desabrochou.


Hoje você é sal.
É visceral.
É águia.
Jogou fora toda a bagagem suja
Que pesava a alma, o corpo, e a mente.
 


Camila Senna
Enviado por Camila Senna em 19/06/2010
Reeditado em 05/08/2011
Código do texto: T2329506
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