Era abril. O céu se abriu
e a manhã se fez clara,
quando eu comigo pensava,
que nada fazia sentido
na solidão e no vazio,
naquele dia tão frio.
Enquanto assim eu cismava,
com minha mão ajeitava
as rosas e alguns lilases
no meu jarro de porcelana,
navarro, ornado à filigrana.
Tão distraída eu estava,
que uma delas caiu
solitária sobre a mesa.
Então, a inesperada cena
mostrou-me toda a beleza
de - mesmo só - ser-se Plena.
E eu, em assombro e espanto
(nascidos ali do meu encanto)
entendi que sempre me bastaria
uma pequena alegria a cada dia!
Silvia Regina Costa Lima
10 de junho de 2010