O BARQUINHO DE PAPEL

Lentamente, o barquinho

foi se afastando da margem

e o rio, misterioso, assumiu o seu destino

dizendo simplesmente que já era muito tarde.

No deixar-se ir ficou o gosto amargo

de quem chora por uma presença querida.

Tão puro quanto a mais simples gota de orvalho

o barquinho partiu feliz da vida.

Do alto, alguém com olhos brilhantes

contemplou-o de modo impassível e confiante.

As nuvens teimosas e mirabolantes

abriram os braços para receber ao vento itinerante.

O menino, curioso,

viu o seu barquinho de papel se afastar.

Teve vontade de tomá-lo do rio silencioso

mas decidiu deixá-lo ir e retornar para casa.

ROSE LOUISE
Enviado por ROSE LOUISE em 10/06/2010
Reeditado em 10/06/2010
Código do texto: T2311633
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