QUEM SABE SEJA AMOR?

Tudo é um não ser,
Que navega...
Pela via da interrogação,
Corpo – entrega,
Longa escuridão,
Tudo é um querer,
Sair do compasso,
Apagar os traços,
Da lucidez,
Escancarar de vez,
O sorriso pra loucura,
Tudo é clausura,
E nada fura,
O lento,
Momento,
De imprecisão,
Tudo é um olhar caído,
Um eu no termo,
Buscando o perdido,
Sem o poder,
De persuasão,
Um pendão,
Roto, desventurado,
Um rastro,
De ilusão,
Um mastro,
Apontado,
Para o ermo.
Tudo em meio à peleja,
É uma coisa pequena,
Tenra – serena,
Soante no coração,
Um sol nascente,
Transcendente,
Um verde corrente,
Na concha das minhas mãos,
Amor? Que seja.

- - - - - -

Entre os rastros de ilusão,
E o rugido da peleja,
Descobri que o amor viceja,
Mesmo até, no duro chão,
Sol nascente - resplente,
Que ilumina a escuridão,
Traz luz para essa clausura,
Onde sofro a amargura,
De viver em solidão,
Porém tenho a imprensão,
De que vejo a esperança,
Me acenando sua mão,
Corro então, sou qual criança,
Que acredita - desaflita,
Abro inteiro o coração.

(HLuna)