BRISA

As folhas da minha poesia,

num repentino esvoaçar,

foram surrupiadas pela brisa

que assobiava na madrugada.

E lá se foram elas impassíveis,

levadas por esse sopro suave

decerto a outros portos sonhadores,

cavalgando o espaço sereno,

rodopiando como papel picado.

Do meu coração ao rabisco,

da alma aos contornos traçados,

poema enveredando sem rumo

carente de singeleza e deslumbre

porém na sua simplicidade sonhava

e pincelava fantasias cândidas.

Aonde irão esses instantes poéticos,

em que lugar aportarão cansados

de voar? Deleitarão quem os cantar

ou serão ignorados pelos olhos

endurecidos dos insensíveis?

Quem os encontrar nessas folhas

dispersas, por favor pendure-os

nos bicos dos beija-flores

e nas asas multicores das borboletas.

Meu coração espera reencontrá-los

nalgum eco do tempo apenas

para um breve êxtase.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 06/05/2010
Reeditado em 12/08/2010
Código do texto: T2239845
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