Sôfrega espera
Quando quase já não suporto
E estou a pedir justiça,
A ti peço, de Deus, clemência.
Onde plantas ódio, rogo
Que colhas bênçãos.
Quando maldizes, peço dEle
Misericórdia, dê-te mais um tempo.
Quando pisas, digo _ Senhor
Lembrai-Vos dos que não sabem o que fazem,
Como quando estáveis na Cruz.
Se, também, com estas palavras, te inflamo o rancor,
Lembra-te: digo-as, e não é por causa
De santidade, que não a tenho;
É porque o Mestre pediu
Que não seja dente por dente;
Nem olho por olho
Ele quer que seja.
E, porque Ele ensinou
Este Extremo Amor,
Tento seguir-Lhe tão difíceis
Passos e intenções.
Que saias deste torpor,
Que sejas arrancada, com, amor,
Das trevas. Que busques as Divinas Mãos
Sempre a ti estendidas;
Encontres remédio que cure
Teus males e deles nunca mais te lembres,
A não ser, para agradecer e louvar o Senhor
Que te espera como perdida ovelha
Há tanto desgarrada do Rebanho.
Ele te aguarda
Com ricos anéis e vestes, como o pai
Que festeja do pródigo filho a volta.
E, esperando-te assim ornada,
Em paz contigo mesma e o mundo,
Junto-me eu aos teus _que também
Meus o são por causa do sangue e do nome_
Não te tardes mais:
Nós e o Nosso Senhor
É que te aguardamos.
E se nunca leres estas palavras
Por ignorar delas a existência
Ou por nenhum interesse nelas haver,
Que elas fiquem para sempre
Guardadas no Coração de Deus.