Vidro lateral.

Tem dias que vendo balas no sinal,

Outros que nem isso tem.

Mas, moço, não me levem a mal.

Não há só um dia que não me sinta bem.

E em todos trabalhos possíveis ja trabalhei.

A medida que crescia procurava me encontrar;

E somente hoje, vivendo de nada me encontrei.

Ja passei por tudo quanto é lugar;

Gosto tanto da liberdade,

mesmo que ela esteja no banco da praça.

Por lá ? olhos que me seguem com certa crueldade;

As vezes, confesso, fico até sem graça.

E não peço dinheiro a ninguém não, seu moço.

Quando "to" com fome, trabalho.

Limpo vidros, lavo carros.

Alguns olham pra mim apenas como um pivete do sinal,

As carteiras coladas. Eles seguem conselho ?

NUNCA ABAIXE O VIDRO LATERAL !

Não culpo ninguém não, mas não quero viver assim, moço

Prefiro sofrer uma maldade

Do que ser o maldoso !

E em todos trabalhos possíveis ja trabalhei.

A medida que crescia procurava me encontrar;

E somente hoje, vivendo de nada me encontrei.

Ja passei por tudo quanto é lugar...

Tainã Nunes
Enviado por Tainã Nunes em 27/04/2010
Reeditado em 27/04/2010
Código do texto: T2223428
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