Procurando abrigo

De bar em bar,

um sujeito para...

pira...

e vai...

de trago em trago...

de vento em polpa...

procurar asilo.

Sai...

De boca em boca,

obstinando aquilo

que,

em todas as tocas,

(diferentes da sua)

parece cheio.

Mas...

De tanto em tanto,

encontra o medo

que,

em todas as tocas,

(diferentes da sua)

não se mostra fixo.

E cai...

louco, louco...

de papo em papo...

pouco a pouco...

E...

de soco em soco,

encontra um leito

que,

de peito aberto,

diz estar cheio

de...

vazio.

E, então, compreende que

não está sozinho

e sorri, portanto,

louco, louco...

mas...

ainda esperançoso,

obstinado,

almejando o que

todas as tocas caçam

e não sabem;

aquilo que os deuses representam

para os crentes;

o que todo homem necessita,

e não encontra,

porque não busca

real,

lúcida,

sincera

e assertivamente.

Isa Resende
Enviado por Isa Resende em 23/04/2010
Reeditado em 24/04/2010
Código do texto: T2214974
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