BAÚ DE GUARDADOS
Hoje coloquei as lembranças que tenho de você no meu baú de guardados.
Sabe aquelas caixas que “juntamos” lembranças que pensamos que um dia vamos querer rever ou precisar delas?
Pois então...é numa dessas que ficam guardadas no fundo do guarda-roupa ou debaixo da cama que guardei o que me recordo de você.
O que antes eram lembranças vivas, quentes e confortadoras, hoje são lembranças pálidas, desbotadas e incômodas.
Fadadas ao esquecimento.
Antes de guardá-las perguntei ao meu coração: Quem era aquele rapaz que eu tinha admirado tanto? Onde ele estaria?
Talvez ele estivesse nesse momento vagando entre as ruínas de seu castelo de areia. Onde antes eu via um ídolo, admirado em suas vestes reais, hoje vejo apenas o que sobrou de você.
Despido de seus trajes percebo que não sobrou quase nada. Apenas um esqueleto repugnante e embolorado.
Diante disso resolvi guardar o muito pouco que ainda resta de você.
No final tenho certeza: será apenas pó.