*Saudade de ser um Pássaro*

Queria ser como o pássaro,

Para ter asas e voar.

Ir para uma montanha,

E nunca mais voltar.

Quem me dera nesta triste sina,

Minha poesia se calar.

Para meus versos se conterem

E não poder no tempo morar.

Ai! Como dói minha saudade.

As lágrimas que soam, não conseguem parar.

E nos sonhos ficam perdidos

O som, o beijo e o dom de amar.

Mas para que me serve o amor,

Se a saudade vem me roubar?

Far-te-ei os meus beijos,

Que a saudade vem me acalentar.

Tornar-te triste,

Sem mágoas, e sem cantar.

Soou entre as brumas

Em minhas lágrimas ao mar.

E o pássaro voou,

Sem saber, sem querer voltar.

Minha saudade aperta-me.

Não consigo. Não consigo respirar.

Minha sina suspende-se

Sem entender o que é amar.

Ai! Que triste saudade.

Que pássaro que não quer voar!

Ficar preso nas águas do pensamento.

Confusas rotinas a circular.

A nostalgia se cala,

Os versos voltam ao seu lugar.

Sentirei o toque do amor novamente?

Quem me dera que meu pássaro pudesse voltar.

Só assim. Discreto e estrondoso.

Eu conseguiria me libertar.

12/12/09

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Publicado nos Livros no autor:

2010- O Silêncio do Pensamento

2018- Entardecer – Antologia Poética

Fábio Aiolfi
Enviado por Fábio Aiolfi em 22/04/2010
Reeditado em 25/09/2023
Código do texto: T2212656
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