O medo
Neste irreal quotidiano
Fechei as nuvens na gaveta
Não abri a porta é solidão,
Deixei o copo na mesa, o livro no chão...
Sentei-me á mesa com o medo
e falei-lhe das descobertas
que quase me fizeram falhar...
Do amor que reside na memória das palavras
Das amizades perdidas,
Da importância do olha...
Do desejo de partir...
Ele entrelaçou as mãos nas minhas e disse:
O medo perdeu a idade
Este labirinto que é a vida
pertence ao Homem...
Esquece-me, sai do escuro
Deixa a lágrima rolar...
(Re)inventa a alegria
Dança no palco gasto,para afastar o pó...
Descobre a poesia,porque o teu coração sabe voar...
Não te esqueças, quando vires a sombra
É porque há luz...
Fechei os olhos,
a porta abriu...
O medo foi, a solidão também...
As nuvens soltaram-se...
Choveu...
Percebi que a única condição,
não era partir,nem era ficar...
Era simplesmente continuar...
Porque eu era o meu caminho...