Sinta a noite e essa calma
Domadas tempestades dentro de si
Sinta esse arrepio no fundo da alma
E diga a si mesmo: “dói tudo que vivi”
E tudo que vi dessa dor, sinta intensamente
Esse olhar diante do espelho, hesitante
A vontade de viver imensamente
A dor de querer mais a cada instante
Entre a dor de ser e de não ser
Entre o último e o passo primeiro
Ante o grande medo de perecer
O primeiro instante é o derradeiro
Então deixa que a alma lhe seja leve
Voe por entre os abismos mais terríveis
Deixa ser o que deve ser e o que não deve
Seja lá o que for, essas coisas mais impossíveis
Sinta toda a tola calma dessa madrugada
Espere a vida que tem por amanhecer
Não são só passos, é a caminhada
É só isso tudo o que tem de ser
Vida! Que me dessem mais uma
Seria ainda vivida teimosamente
E do mesmo modo insistentemente
Seria bem melhor que vida nenhuma
Repara em seus medos e supere
Mata o que já é morto em si
Tome seu caminho, não espere
E diga a si mesmo: “gozo tudo o que vivi”
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 15/04/2010
Reeditado em 08/08/2021
Código do texto: T2199609
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