A MULHER, A BRIGA E A LOUÇA

A MULHER

Simplesmente o maior encanto da doçura,

Que ao teu amor se entrega sempre pura.

A BRIGA

Já bastou uma fofoca de traição,

Para surgir uma briga de infidelidade,

Entre gênios de quem na real se ama...

Para acontecer uma separação,

Uma clausura dentro da necessidade,

Na própria casa e na mesma cama...

A LOUÇA

Os talheres

Ela acabou de lavar a louça, pegou e secou os talheres,

Foi quando ao guardá-los começou a chorar em desilusão,

Mas, de gênio forte lutou pela sua sorte e a das mulheres,

Não posso desmanchar esse lindo amor, mas darei a ele uma lição.

A xícarazinha

Começou bem cedinho servindo o café na xícarazinha,

Limitou-se a adoçá-lo e o levou segurando-a pela asinha.

E ele como a entender os pensamentos - Vou ficar na minha.

Mais segura ainda a esposa começava a imaginar uma ladainha,

Sou independente aqui e me viro muito bem na cama sozinha.

Lá foi ele trabalhar tristinho, solto no seu pensamento,

A tramar uma saída para salvar o seu relacionamento.

O prato

Não fez como de costume, usar o bonito prato fundo e dourado

E indiferente postou os talheres, o guardanapo e quitutes ao lado.

Não levou o suco, não levou os temperos, não levou nem a sobremesa,

Jantou na sala assistindo a novela... E ele deveria continuar calado.

A si mesmo falava: Estou agüentando essa dureza, mas, é para a minha certeza.

E ele imaginando como iria dobrá-la, procurando fazer uma gentileza.

Consciente e procurando não abusar do andamento,

Viu que apesar da vontade, não era esse o momento.

A travessa

É sábado, o tempo passa e sem querer ser travêssa

Ao qual no mesmo dia que com ele sempre amanheça

Serve o assado fumegante em uma elegante travessa,

Mas, sai de fininho vai regar flores no jardim antes que se aborreça.

Ele então sai, vai jogar bola com os amigos lá no campo da baixada,

Mas, para surpresa da mulher a mesa estava limpa e a louça toda lavada.

Lá no campo torcia para com o seu chute a bola entrar,

E com um sentimento realista no sopro da esperança,

De sua amada escutar a esperada frase,“Vou perdoar”.

A panela

É domingo, toda bela a rebolar traz o cheiroso guisado na panela.

Embora um pouco comedida para a sua alegria não se alastrar,

Senta-se delicadamente em frente ao marido para com ele almoçar,

Logo em seguida ele notou que de mansinho pegava o fraco dela,

Inteligentemente notou que ainda era cedo e não tentou abordar.

O caldeirão

É feriado, ganharam o campeonato amador de futebol, fizeram uma feijoada.

Era cachorro, crianças, amigos pra lá e para cá, a casa estava lotada,

Aquele calor do fogão, o calor humano e amoroso dos outros casais,

O cheiro da comida, as outras servindo na boca petiscos aos maridos,

Era uma visão tão amorosa que ela não tinha experimentado mais.

Parecendo ser proposital, as amigas faziam dengo nos seus queridos.

Ele então quase que prevendo e a tudo assistindo, foi se chegando

E com olhares de pura sedução, para a sua mulher foi lançando.

Os dois quase que arrependidos por uma ignorância da natureza,

Que é a guerra entre os casais por puro orgulho de uma incerteza,

Mal esperaram os convidados saírem pela porta afora e no portão.

Ambos com os seus desejos inflamados,

Não agüentaram mais a travada paixão.

Jogaram-se na cama e como dois tarados,

Por um amor aguardado pela retaliação,

Amaram-se muito, até caírem cansados.

Os cristais

Por enquanto o amor vai indo muito bem, mas, sem servir nos cristais.

Embora muito o ame mesmo com toda a sua dedicação e o seu coração,

Deixa-o refletir em tudo o que se passou, sendo uma verdade ou não.

A lição foi aplicada, mas, me ame sempre e não me traia nunca mais.

Um lindo jantar de velas com os meus polidos cristais de decoração,

Só chegará a este ponto quando nunca mais existir mentiras em nossa união.

Eduardo Eugênio Batista.

Setedados
Enviado por Setedados em 15/04/2010
Reeditado em 26/05/2011
Código do texto: T2199131
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