Renascimento

Num belo dia, lindo sol surgente

Enquanto a aurora a vida principia

Cá dentro um verso de louvor carente

Espera a vez e, mudo, se anuncia

A grande força de graça imanente

Consolidada na fé que é seu guia

Quer abraçar, modificar o mundo

Ouvir o ser que sofre lá no fundo

Neste momento, anjos de paz e de luz

Como pastores em campos sagrados

Descem unidos pelas mãos de Jesus

Distribuindo bênçãos pelos prados

Ensangüentados como ao peso da cruz

Arrependidos, sujos de pecados

Envergonhados, estendida, a mão

Clama, rasteja, por favor, perdão!

Inesperado! Consumada a reza

Eis que tal luz cuja beleza é rara

E que a nenhum filho jamais despreza

Envolve o ser como se imaginara

Halo de pureza, não dói, não pesa

É Deus, Jesus, comigo cara a cara

Feliz, entre lágrimas e conselhos

Ouço tudo, absorto e de joelhos

Já nesse instante se desfaz todo o mal

É derretida a dor que não é pouca

Junta-se aos restos dos meus fardos tal

A alegria desvairada e louca

Todas a mágoas, todo o fel e sal

Que um dia deixei que me manchassem a boca

Foram veneno mortal e intragável

Castigo bruto, da alma inseparável

E agora parto, pronto pra jornada

O amor, o bem é tudo o que me espera

Com o coração e a mente renovada

Sinto o frescor e o som da nova era

Não tenho nada que me impeça, nada

De continuar com esta luz e, pudera

Ver se espalhar por todo esse universo

Uma semente apenas do meu verso

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 13/04/2010
Reeditado em 14/04/2010
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