Renascimento
Num belo dia, lindo sol surgente
Enquanto a aurora a vida principia
Cá dentro um verso de louvor carente
Espera a vez e, mudo, se anuncia
A grande força de graça imanente
Consolidada na fé que é seu guia
Quer abraçar, modificar o mundo
Ouvir o ser que sofre lá no fundo
Neste momento, anjos de paz e de luz
Como pastores em campos sagrados
Descem unidos pelas mãos de Jesus
Distribuindo bênçãos pelos prados
Ensangüentados como ao peso da cruz
Arrependidos, sujos de pecados
Envergonhados, estendida, a mão
Clama, rasteja, por favor, perdão!
Inesperado! Consumada a reza
Eis que tal luz cuja beleza é rara
E que a nenhum filho jamais despreza
Envolve o ser como se imaginara
Halo de pureza, não dói, não pesa
É Deus, Jesus, comigo cara a cara
Feliz, entre lágrimas e conselhos
Ouço tudo, absorto e de joelhos
Já nesse instante se desfaz todo o mal
É derretida a dor que não é pouca
Junta-se aos restos dos meus fardos tal
A alegria desvairada e louca
Todas a mágoas, todo o fel e sal
Que um dia deixei que me manchassem a boca
Foram veneno mortal e intragável
Castigo bruto, da alma inseparável
E agora parto, pronto pra jornada
O amor, o bem é tudo o que me espera
Com o coração e a mente renovada
Sinto o frescor e o som da nova era
Não tenho nada que me impeça, nada
De continuar com esta luz e, pudera
Ver se espalhar por todo esse universo
Uma semente apenas do meu verso