Asas de Cêra

Vivendo no meu degredo
Cercado por mar e muralhas
Não tenho nenhum segredo
Pra revelar minhas falhas

Em todas as tentativas
De fugir desta clausura
Derreto as minhas asas
No sol da minha loucura

Sou Ícaro ,....insensato
Ser perdido nas alturas
Descer pra terra firme
Salvaria minha estrutura

Mas caio na mesma ilha
No mesmo caos inicial
Pousar no mar ,...... falecer
Como na mitologia ,.... ideal

Sobrevivo, moribundo
Tenho muitos ferimentos
Alguns deles são físicos,
Muitos são dos sentimentos

Restam muitas cicatrizes
Fraturas e contusões
Não quero com os meus versos
Corromper corações

Minha intenção principal
É fazer da poesia
Minha válvula de escape
Para tanta letargia

Não desisto do meu sonho
De ter asas e voar
Para além do mar revolto,
Das muralhas do penar

Reaver minha alegria
Meu desejo, meu gostar
Pra viver por vários anos
Na sabedoria de amar.


 
Dego Bitencourt
Enviado por Dego Bitencourt em 13/04/2010
Reeditado em 19/11/2014
Código do texto: T2193793
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