Antes de se aproximar, ele ficou lá no alto... parado só me olhando. Eu caminhava de va gar na beira da praia, sentindo a brisa  tomar conta do meu corpo e beijando-me a face. Brincava com a areia e molhava os pés em um rodopio ou outro de alegria por estar ali, junto ao Mar que tanto Amo e meus cabelos pareciam ainda mais compridos por serem acariciados pelas rajadas de vento... quando eu corria. Ele...? ahhh ele estava de camarote sentado sobre uma pedra que tinha a visão mais bonita do lugar... vestia sua velha e especial camisa branca de algodão, mangas arregaçadas até o cotovelo e os primeiros botões abertos para refrescar o peito do calor que ali fazia. Suas calças eram de um tecido cru no mesmo tom da minha saia... que em meu corpo bailavam suas camadas exibindo minhas coxas torneadas... qual visão de sonhos sempre foi para ele, e agora saboreava a realidade. 

Ainda lá do alto, ele sorria ao ver-me boba em felicidade plena, pelo simples fato de estar ali sentindo toda essência que dá vida à minha vida. Comecei a caminhar e já estava ficando longe do alcance de seus olhos. Era meio para fim de tarde e o Sol já descia... então, ele foi ao meu encontro... aos poucos se aproximou, e ficou tão próximo, que pude sentir seu perfume... que embora jamais tenha sentido na pele, nunca esqueci o cheiro que sentia nos sonhos... e o vento me trouxe. Por um instante parei, ele continuou caminhando e eu sentia que era ele chegando. Pois combinamos de nos encontrar ali, estava atrasado, mas era ele... Não queria me virar, senti um medo bobo misturado com nervosismo... e resolvi ficar parada observando a linha do horizonte... Ouvi sua respiração próxima do meu rosto, era ele sim, inconfundível... mas nunca ouvi sua voz. Confiei nos meus sonhos que sempre foram reais... ele sem dizer sequer uma palavra tocou meus braços próximo do ombro e neste toque senti vontade de me sentar, minhas pernas bambearam e ele percebeu... mas suas mãos não estavam menos trêmulas do que minhas pernas... Apertou minha carne e fechou-me em um abraço assim mesmo...encostando sua cabeça na minha e sentindo o cheiro dos cabelos que tanto ele pegou em nossas noites de sonhos... seu coração eu posso descrever cada batida, pois o peito estava todo em minhas costas...

Depois de passarmos alguns minutos assim, suas mãos se abriram para segurar meus peitos, não tinha nada haver com sexo, e sim, a necessidade de tocar-me como abraço, reconhecer meu corpo e sentir... segurou firme e beijou-me o pescoço me fazendo quase perder os sentidos. Peguei na lateral do seu corpo pelas calças e o puxei todo para mim. Neste momento já precisávamos fechar o nosso ciclo sendo um do outro, e eu não suportava mais não olhar para ele... virei-me de olhos fechados e abri somente quando toquei sua boca com meus lábios... e aquele brilho, aquele olhar era meu...... era meu. Toquei seus braços e os reconheci de imediato... falei do Amor que sentia... e disse da saudades que me causou por tantos anos... e que dali eu poderia sumir no tempo, no espaço... pois já havia justificado toda minha existência.
Pati R
Enviado por Pati R em 12/04/2010
Código do texto: T2191556
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.