AUTISTA TROVADOR

Silvania Mendonça Almeida Margarida

27 de março de 2010 21h14m

Sou o que sou, sou eu,

Sou o que sempre quis ser,

Aceite-me como sou

Não tenho a pretensão

Não tenho a garantia da

Chamada normalidade

Sou autista dos seus sonhos

Assim, por favor,

Aceite-me como sou

Não há nenhum autista

Igual no seu mundo

Esta é a única garantia que dou

Eu sou o ser supremo do seu universo

Posso ser o seu “anjo de barro”

Como posso ser a escada do seu céu

Ou o vagalume da sua escuridão

Eu vi suas lágrimas e lhe ouvi chorar

Mas ninguém tem a chave do meu ser

Recordar é bom, é volver à missão da essência

É temer sem temer a eterna ilusão

Sendo apenas um trovador

Venho como autista para tratar

das poesias inacabadas e infiéis,

que dizem e se registram sem gritar,

somente o silêncio e o preceito da pura solidez

Todo mundo precisa ser belo para viver?

Solucionar o que alguns homens criaram?

Ou saber do entusiasmo criador daqueles

que não se afeiçoam com um mundo

único e irreversível,

que se diz e escreve a gritar,

que o amor é único, puro e verdadeiro

e nenhum indivíduo pode duvidar

Só quem conduz o autista saberá...

Adote-me, com um Orgulho Autista bom

Daquele orgulho que muita gente

Não pode desprezar,

somente amar e admirar

Nas cantigas autísticas dos versos meus

Mira, sente-se aqui e abraça

O autista trovador

Levante o seu íntimo retraído

Do seu silêncio e do meu amor!

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Silvania Mendonça
Enviado por Silvania Mendonça em 28/03/2010
Reeditado em 28/03/2010
Código do texto: T2164610
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