INCERTEZA

Debruça a relva com a ventania

Arrasta uma flor na força das águas

Ninguém ouve seus gritos de agonia

Entregue ao rodopio da correnteza

Suas pétalas agonizam lentamente

Vão de enxurrada sem defesa

Indiferente o rio segue em frente

Obediente à força da natureza

Como a flor dizimada pelo vento

Prossigo afogada na incerteza

Da vida insana sem lamento

Insegura e distante da represa

Envolta na tormenta, devagar

Rendo-me a um torpor benfazejo

Desisto de querer e de sonhar

Desperdiço pétalas dos desejos.

MCC Pazzola