ADEUS AO INSUSTENTÁVEL VAZIO
Hoje desejo fazer despedida
Das certezas que não tive
Das ilusões perdidas
Dos sonhos não vividos
Dos encontros não consumados
Dos desencontros ocorridos
Das decepções tão doídas
Das dores vivenciadas
Da fé fraca e abalada
Da falta de esperança
Da tristeza que abate
Da solidão dos dias e noites
Da saudade que dói ardente
Do vazio que às vezes preenche
O coração e a alma da gente
Hoje desejo ensaiar um novo dia
E me dispo de todas as mágoas
Dissipo as minhas dúvidas
Crio novos sonhos e ilusões
Quero buscar no encontro
A parte inteira de mim
Fazer dos desencontros
Desígnios fadados ao fim
Desejo curar dores e feridas
Retomar o ponto de equilíbrio
Desejo podar a tristeza
Tecer da fé, a esperança
Preciso da solidão, renascer
Quando em mim reencontro
O carinho, a ternura e afeto
Tesouros prontos para repartir
Hoje apenas quero saudade amena
De gente que é tão importante
Quanto os pedaços de mim
Do novo dia que me acena
Os novos rumos sem fim
Dos velhos dias sem rumo
Despeço-me e os esqueço
Digo adeus ao insustentável vazio
Banindo-o para bem longe, distante
Descubro surpresa que a felicidade,
Sempre esteve tão perto, dormente.