ADEUS AO INSUSTENTÁVEL VAZIO

Hoje desejo fazer despedida

Das certezas que não tive

Das ilusões perdidas

Dos sonhos não vividos

Dos encontros não consumados

Dos desencontros ocorridos

Das decepções tão doídas

Das dores vivenciadas

Da fé fraca e abalada

Da falta de esperança

Da tristeza que abate

Da solidão dos dias e noites

Da saudade que dói ardente

Do vazio que às vezes preenche

O coração e a alma da gente

Hoje desejo ensaiar um novo dia

E me dispo de todas as mágoas

Dissipo as minhas dúvidas

Crio novos sonhos e ilusões

Quero buscar no encontro

A parte inteira de mim

Fazer dos desencontros

Desígnios fadados ao fim

Desejo curar dores e feridas

Retomar o ponto de equilíbrio

Desejo podar a tristeza

Tecer da fé, a esperança

Preciso da solidão, renascer

Quando em mim reencontro

O carinho, a ternura e afeto

Tesouros prontos para repartir

Hoje apenas quero saudade amena

De gente que é tão importante

Quanto os pedaços de mim

Do novo dia que me acena

Os novos rumos sem fim

Dos velhos dias sem rumo

Despeço-me e os esqueço

Digo adeus ao insustentável vazio

Banindo-o para bem longe, distante

Descubro surpresa que a felicidade,

Sempre esteve tão perto, dormente.

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 18/03/2010
Reeditado em 21/08/2010
Código do texto: T2144772
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