O medo
Quando o medo se torna tão forte
Chego a ter medo do medo que sinto.
Ele que tanto me apavora
Como um olhar acuado de um animal selvagem
Onde você não sabe discernir se é ataque ou defesa.
De repente percebo que o medo nada mais é
Que um animal enjaulado e com tanta fúria
A ponto de me devorar.
É quando deixo por instantes aquele interior
E vejo o mundo todo lá fora.
A vida seguindo seu curso natural.
Olho para os lados
E estou sentada no maior exemplo de coragem:
As raízes.
Consigo ver quanto espaço ela já percorreu na terra
E quão alta e frutífera está.
Ainda penso nas raízes
Enquanto o animal acuado examina o território.
Quantos obstáculos as raízes tiveram que enfrentar para crescer?
Quantas pedras no caminho até encontrar água?
E mesmo com o cair da tarde
Vejo que o sol voltará amanhã
É quando retorno pro meu interior
E o medo não habita mais ali.