QUE TEMPO É ESSE

Se eu pudesse

converter esse mundo

naquilo que quero,

queria vida descente

queria tudo belo.

Queria outra vida,

um novo estilo.

Faria da vida um vôo sutil

como o vôo de uma gaivota,

na praia de Arembepe.

Queria um mundo sem fome,

sem guerra,

sem ilusão.

Não usaria a mente demente

não criava utopia,

não seria hipotético

mesmo sendo poeta

com coração de homem.

Mas como não posso,

faço um estilo de vida diferente

sobrevivendo nesse mundo de agonia

de pobres almas inocentes,

procurando desesperadamente

alguém que compreenda o sentido

desse amor...

Vou por aí à procura

mesmo sabendo que nesse

mundo é difícil de achar,

alguém que entenda

e acalante a minha dor.

Essa dor penetrante

que parece uma chaga

a consumir o fundo de minha alma

como ser.

Ah! Se eu pudesse ter

a sabedoria de um sábio

seria mais preciso

para com meus irmãos,

olhava para aqueles que sofrem

no mundo inteiro,

não lhes roubava o pão.

Que tempo é esse que vivemos?

em que falar de amor,

é tão difícil como achar a certeza

naqueles que dizem que vivem.

Mesmo tendo certeza de que algum dia

deixará a matéria para viver...