LAMENTO
O solo é a parte da superfície terrestre
Onde se produz para matar a fome da população;
Nele se planta e se colhe, e por covardia
Se queima, devasta, se mata, arruína-se
Quem sustenta a vida com o pão.
O solo é a Natureza. Ele gera, faz crescer.
Muito simplório e humilde, sofre calado,
E no seu padecer poucos lamentam a perda:
A riqueza nas mãos e o coração imóvel,
Não se toca, nem se quer reconhecer.
A vida se torna difícil, e mais difícil ainda
É sobreviver.
Muito se morre: de fome, de maus tratos, da ignorância
De quem não sabe mexer. E se você não sabe, nem quer aprender,
Ao menos faça o mínimo: deixe a vida viver !
Mesmo sem compromisso, evite o lixo: queime-o ou enterre,
Mas não o jogue à toa não, ele enfeia, entope e polui,
É o grande vilão do Planeta,
E somos nós os mentores diretos
De tamanha indigestão.
O solo não merece, ele só carece um pouco de atenção,
E a nossa mania de consumo representa o progresso
Desta situação.
Pare! Pense! Escute! Há um gemido baixinho,
É alguém que nos pede racionalização.
Solo, sol, selva, seiva, seu, sua, saúde ...
Assim sendo tudo isso gratuitamente,
Merece, é claro, um pouco de gratidão.
Preserve! Conserve! Economize! Cuide! ...
Disso depende a sua vida e a de seu irmão.