TEMPO E TATO
O tempo passa e a vida pede tempo
Dá tempo ao tempo e a vida passa
Desvairada luta, corrida insensata
Apela a esperança, se impõe forte
Pede um pouco mais de calma
Espera, ainda há tempo, tenha tato
De súbito aparece a dúvida, carente
Incerteza, ainda há tempo?
Sensata uma voz muda clama
Ainda há vida não há dúvida
Na fúria dos dias, no cotidiano
O coração pede tato no trato
Corre tão louco o tempo, insensível
Quando há calmaria, horas insossas
Às vezes o tempo parece que para
Corre ou para, eterna inconstância
Mente e alma ávidas de vida
Desejam tanto não cesse o tempo
Antes que se sinta que viver importa
Até que se viva e sinta que ainda há tempo.