ALEGRIAS PERDIDAS
por Regilene Rodrigues Neves
Olho no espelho
E minha alma sorri
Por trás das minhas rugas...
O tempo envelhecera minha face,
Mas dentro de mim mora um palhaço
Que ama fazer graça
No grande circo da vida!
Mas algumas condições vão-nos aprisionando
Eu já não tenho mais para onde ir dentro de mim
Sinto falta de sair do meu casulo
Virar borboleta lá fora
Reencontrar minha liberdade
Nos arredores onde a deixei escapar
Em minhas desventuras...
Acabei construindo uma prisão imperceptível
Dias de uma solidão que não quis pra mim.
Às vezes ainda encontro minha menina tímida
Pelos cantos da casa
Fazendo travessuras debaixo de um quieto
Olhar travesso irrequieto de moleca sapeca
Brincando com meus filhos...
São momentos de simplicidade
Que a felicidade mostra estar ali
Basta toca-la todos os dias...
Mas acabamos nos perdendo
O tempo vai consumindo-nos aos poucos
Quando percebemos somos prisioneiros de nós mesmos
Esquecemos de ser consumidos pelo ter...
E descubro que não tenho nada
Porque a minha condição não me deixa ir e vir...
Então folheio a saudade
Os melhores momentos
Das minhas alegrias
Meus sorrisos guardados
Refletidos no espelho da minha alma...
Num momento de esperança
Os procuro dentro de mim
Minhas rugas se atenuam
Na força dos meus lábios
Então percebo um palhaço no espelho
E um sorriso rindo pra mim!
Em 26 de janeiro de 2010